sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Hum..



Em mil-novecentos-e-minha-vó-de-biquíni, quando as festas eram regadas a groselha e funk era no máximo um bolero em remix, os casais se conheciam nos bailes. Os homens convidavam as "cocotas" para dançar, e se eles fossem "uns pães" e tivessem um bom papo no tempo da música, conseguiam um encontro no sofá da sala, supervisado pela sogrona. Ou seja, eles tinham 3 minutos pra jogar uma conversa boa o suficiente pra conquistar os brotos.Hoje, que ninguém chama ninguém pra dançar, e as mães preferem não assistir o que os namorados fazem no sofá, aparentemente os homens perderam o dom do bom xaveco. Eu temo, senhoras e senhores, que a arte da paquera está por um fio. Na falta de talento, os homens se entregam a frases prontas, histórias que envolvem ex-namoradas e promessas absurdas. Como a maior parte das minhas teorias, esta baseia-se numa pesquisa de campo de cunho observatório.Na faculdade:A química entre eles era visível. Uma atração quase magnética. Bilhetinhos, risadinhas e ele até levou uns doces de presente pra ela. Pronto, a propaganda estava bem feita, só faltava ensaiar os passinhos da dança do acasalamento. A conversa trivial ia de vento em popa quando de repente, não mais que de repente, ele anuncia triunfante:- Eu faço as mulheres sofrerem.A torcida entrou em colapso, como se o melhor atacante do campeonato , já na pequena área, parasse abruptamente e abraçasse maternalmente a bola. Nem dava pra culpar a mãe do juíz. Ele definitivamente perdeu o gol. E o respeito. E, pior, deve ter perdido a mulher também!Foi como se um político, um dia antes das eleições, no debate do Jornal Nacional, orgulhosamente anunciasse que é cleptomaníaco e adoraria pôr as mãos o Banco Central! O que o levou a dizer isso? Falta de prática é que não foi. Ele joga pelo time dos sinceros-custe-o-que-custar futebol clube.


Dica do dia: Ao anunciar um produto, minimize os defeitos e otimize as qualidades. Especialmente se o produto for você.

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