sábado, 12 de julho de 2008

O que mais sofremos...

Não é a dificuldade. É o desânimo em superá-la. Não é a provação. É o desespero diante do sofrimento. Não é a doença. É o pavor de recebê-la. Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar. Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros. Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo. Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros. Não é a injúria. É o orgulho ferido. Não é a tentação. É a volúpia de experimentar – lhes os alvitres. Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências. Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflição que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós.
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Destilei minha indiferença por você nos arredores da selva de concreto. Os ares passaram, as nuvens vieram, mas a chuva com medo nem caiu. As flores, contudo, ficaram mais vivas e me falaram de seu anseio secreto: seu coração é triste, carente, solitário, e tem medo de ficar vazio. Você me avisou, me disse que não confiasse em você.
Mas eu disse que confiava, que achava que podia você merecer. E a verdade que cala é que seu coração é de pedra, tão frágil quanto a pétala. As flores são belas, o inverno é quente, a chuva é doce, o vento é quietação.
Você corre em busca da felicidade aonde ela menos lhe espera. Seu semblante é a máscara, seu amor é oculto, e seu medo é prisão.
Os medos, amor, às vezes são imperceptíveis, às vezes doem amanhã.
Mas ser escravo do medo dura para sempre. Daqui vejo as dores desalmadas, ininterruptas. Mas vejo você, vejo os beijos, vejo os braços e abraços. Vejo os olhares perdidos, vejo as palavras não ditas. Vejo também outras coisas que me são incompreensíveis...
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