segunda-feira, 7 de julho de 2008

Mundo, mundo.....

Homenagem a Drummond
Mundo mundo, vasto mundo Cantava Drummond assim Se se chamasse Raimundo Seria igual para mim Os que andam nas estradas Uns tão sós outros contentes Esquecem vidas coitadas E vivem as indiferentes Queria vê-los noutros sítios Onde pudessem correr Sem se agarrarem a mitos Sem cuidarem de sofrer Eu também vivo morrendo Perco tudo no caminho Umas vezes vou correndo Outras vou devagarinho Devagar se vai ao longe Diz o povo sem pensar Eu corro sem saber onde E paro para chorar Talvez um dia eu encontre Muitas coisas que perdi Achadas não sei bem onde Perdidas algures em ti Mundo mundo, vasto mundo Onde andas que não te encontro Perdido no mar profundo Achado no desencontro.2003P.S. Poema feito num dia em que decidi experimentar se ainda conseguia fazer poemas com rima.
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Contradição inquisitória
As perguntas às vezes são muitas, mas se calam no íntimo. Insípidas, querem explorar algo dormente. Aquilo que permanece incógnito no vazio pretérito. Querem saber o porquê de algumas coisas incompreensíveis. Ou talvez de uma específica. Daquele dia. Ou talvez por que ele falou que nunca mais iria procurá-la. Querem saber ainda mais. Se ele gostaria de perguntar também. Se o silêncio dela significa indiferença. Se algumas palavras são ditas dissimuladas em mágoa. As perguntas insistentes são diversas, mas todas elas sem importância aparente. Guardam um quê de curiosidade masoquista. Estão ligadas à incerteza de apostar alto em algo que se acredita. E no medo pavoroso de que isto se desmorone. São interrogações que tornam frágeis os laços de cumplicidade. Almejam serem satisfeitas, porém temem a tormenta que podem provocar. Aguardam inquietas por serem insignificantes. Tentam destruir a beleza do que é. Mas que, comparadas a isto, desfalecem. O brilho da viagem as obscurece. O pensamento se alegra da vertigem e todas as perguntas perguntam-se: afinal, por que ainda estamos vivas?

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